O Codex 632
Com este romance, o Ilustre José Rodrigues dos Santos, mais conhecido como jornalista, avança para o mundo do historiador académico com uma afirmação provocante – “Será que o Cristóvão Colombo era português?”
Fico admirado com este género de livro, ao imaginar o esforço de pesquisa necessário para juntar a matéria-prima. Com visitas a Rio de Janeiro, Nova Iorque, Jerusalém e Génova, sem falar nas pesquisas nacionais, o livro representa um investimento considerável em tempo e dinheiro, felizmente bem gasto. As descrições elaboradas dos locais e pessoas são por vezes maçadoras, por empregar demasiadas palavras obscuras, mas, mesmo lidas na diagonal, transmitem bem as características essenciais dos lugares e personagens.
Quanto ao miolo, a parte técnica das pesquisas é muito interessante, mas explicações ao Moliarti dos factos e consequências das pesquisas são algo infelizes em repetir tanta matéria já explicada ao leitor no momento da sua descoberta.
Apesar de ter desvendado sozinho uma das principais pistas, fiquei com muitas dúvidas sobre outras, que mantiveram o interesse. O desfecho final adivinha-se apenas a poucas páginas do fim, servindo também para explicar como é que foi possível inventar uma história tão convoluta – começando pela afirmação acima, arranjando argumentos a favor para, num golpe de mestre, deixar tudo no ar com a destruição de uma prova chave num momento crítico.
Resumindo, um romance brilhante, que hei-de voltar a ler – altamente recomendado.
Quanto a traduções, seria difícil traduzir para inglês, tão cheio que é de referências tipicamente portuguesas. Seria interessante ver o livro lançado em espanhol ou italiano…
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